14 de fev. de 2009

Uma lágrima.



Estava lá!
Uma rosa vermelha em minha janela.
Sufoquei uma lágrima, que teimava em descer,
Rolar, se alastrar no meu rosto.
Sentia e sabia, sim, sabia. que era uma despedida.
Como a zombar, estava um beija-flor, pra lá e pra cá.
Em vôos rasantes, pra lá e pra cá.
Vai ingrato! Vai para longe e levas contigo,
O orgulho da tua alma insensível.
A dor é tão somente o purgatório do corpo.
Inconseqüente é o amor adolescente, sem medidas nem fronteiras.

Amor, ínfimo amor, que jaz nas cinzas de uma saudade,
Louca e egoísta.
Egoísta em querer te fechar em meus cadeados.
Prender-te em meus elos.
Há, miserável sentidos dos sentidos!
És capaz de dá um nó, em um coração á tanto já, despedaçado.
Sei no inconsciente, que vai doer e doer.
Sem despedidas, sem adeus, só uma rosa, uma, e vermelha.
Soa-me como zombaria, por ser a cor da paixão.
Quero esconder-me na sombra do meu eu.
Sentir-me forte, e não sentir.
Não há lágrimas, não há despedidas.
Invoco dentro da escuridão de mim, a mim.
As forças que tenho, sou forte, nunca choro, nunca sinto,
Nada de dor nem saudades, sim, sou forte.
Então porque teimosa, uma a uma continuas a descer, se espalhar,
Molhar o meu rosto, a contradizer-me?
És tu o meu próprio algoz?
Lágrimas, lágrimas, e entre lágrimas, mais uma,
Lágrima...


Mara Laurentino

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